quinta-feira, 15 de outubro de 2009


RG
Eu sou filha do amor entre Cézar e Janete.
Eu sou filha do AMOR MAIOR que permitiu que Cézar e Janete se conhecessem, num cursinho de pré-vestibular, há mais ou menos 25 anos. Eu já estava lá dentro deles dois há muito tempo e eles nem sabiam.
Eu sou filha do tempo e do que os anos me ensinaram. Sou filha da natureza e principalmente, filha da LIBERDADE.
Sou filha de uma promessa, uma grande promessa que ainda não se cumpriu. Mas não passa a palavra de quem a fez.
Eu sou filha de um Deus tremendo! Desobediente, mas sou. E daí? Por acaso os pais amam apenas os filhos mais dóceis e obedientes? Ou são os rebeldes que mais os surpreendem...?
Eu sou filha da tempestade. E do encontro do rio com o mar. E do sol com o oceano.
Eu sou filha da ventania. Da brisa, não. Embora quisesse ser.
Sou filha do vulcão, dos terremotos, do eclipse.
Mas também sou filha da luz. A escuridão nunca me agradou.
Eu sou quem eu gosto de ser, embora nessa vida eu já tenha me enganado muito, inclusive a meu próprio respeito. Mas, uma ressalva – eu não sou filha do engano.
Eu aprendi muitas coisas. Outras, desaprendi, mas serei restituída. É um débito de Deus comigo. É um débito meu para comigo.
Eu amo o silêncio que existe dentro de mim. Esse silêncio, só eu e Nara Leão conhecemos. Nara, com sua voz que lembra um passarinho voando, sempre conseguiu se aproximar de mim - e isso não tem a menor justificativa. Mas talvez explique porque gosto tanto de ouvi-la cantar, a qualquer hora do dia, em qualquer data.
Eu não gosto do barulho que existe dentro de mim. Ele me acorda de madrugada e faz minha cabeça funcionar como uma locomotiva, com idéias loucas, com sonhos em tons de azul e verde. E me deixa acordada até chegar o silêncio, com os pássaros cantando na minha janela e me lembrando que já começou mais um dia de trabalho.
Eu não gosto do meu lado sombra. Às vezes, ele é impiedoso. E me faz rosnar feito um cão acuado e mostrar as presas quando me tiram a liberdade. E se tentarem tirar minha liberdade, eu ataco mesmo. Viro atiradora de elite.
Mas o meu lado luz, esse eu gosto. Ele é bonito. Ele tem olhos lindos e tem muita sinceridade. Meu lado luz parece uma criança, uma criança soltando pipa numa tarde de verão. E é nessa criança que eu acredito.
Eu sou filha de Janete e neta de Samuel.
Estou aí pra aprender, crescer e virar gente. E, acima de tudo, para fazer valer a vida, essa vida tão doida que começou lá, no pré-vestibular de dois jovens cheios de sonhos, de amor e de expectativas.
Eu sou a continuidade do que já foi e o início do que vai ser.
Muito prazer.

5 comentários:

  1. Você é um talento enorme, amiga. Gosto demais de tudo o que você escreve. Lindo, lindo, lindo!!!!! sem palavras. Poucas pessoas sabem traduzir-se tão bem. Escreva mais mais e mais.

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  2. Vi, como eu disse, qd escreve, vc se desnuda. Só os insensíveis,não entendem vc. Sua alma é poesia. Esse é o seu caminho. bj enorme. Belo texto.

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  4. E contudo, e por tudo, eu me alegro e me orgulho por ser sua mãe (embora isto me dê um enoorme trabalho... rsrsrs).
    Vá em frente, filha. siga os seus sonhos. Vai sim, pode ir, que tem Gente velando por você. Bj.

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  5. Vivi, vc arrasa escrevendo. Tenho orgulho de ser sua amiga.
    Bjs,
    Lú Lage

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